Alerta no Dragão: FC Porto vence, mas já não encanta

O fulgor inicial do “novo Dragão” de Francesco Farioli parece ter perdido brilho. O FC Porto mantém o primeiro lugar e os números continuam impressionantes — 28 pontos em 30 possíveis —, mas há sinais de desgaste e uma quebra de energia evidente. O SC Braga, com uma exibição de grande nível no Estádio do Dragão, expôs algumas das fragilidades da equipa portista e deixou o aviso: o líder já não mete tanto medo.

O jogo de domingo à noite foi intenso e de alto nível. Se o almoço de domingo é tradição em família, o jantar foi de futebol servido em prato cheio. Depois da derrota clara frente ao Nottingham e de um triunfo sofrido em Moreira de Cónegos, os dragões entraram em campo com uma equipa algo instável, e disso se aproveitou o conjunto de Carlos Vicens, que apresentou um futebol solto, dominante e confiante.

O treinador do Braga parece ter encontrado a fórmula certa. Deixou para trás o estilo previsível e o excesso de posse que tanto penalizou os minhotos no arranque da época. Agora, a equipa joga com largura, velocidade e propósito. *Vicens ajustou o modelo, e o Braga, mesmo a longos 15 pontos do topo, mostra que tem caminho risonho pela frente.

Já do lado portista, o filme é outro. Farioli, que devolveu identidade ao FC Porto após uma temporada de 2024/25 cinzenta, vê agora o motor da equipa perder intensidade. O italiano tentou agitar o jogo com Mora e William Gomes, mas foram os espanhóis Gabri Veiga e Borja Sainz, vindos do banco, que acabaram por construir o suado 2-1 final.

Apesar do abalo, há motivos para otimismo. Mesmo sem o brilho das primeiras jornadas, o Porto continua a ser eficaz, compacto e solidário. O bloco defensivo, liderado por Bednarek e Kiwior, ainda comete deslizes quando é apanhado em velocidade, mas a estrutura mantém-se firme. O calendário que se aproxima — com duelos frente a Famalicão, Estoril e Tondela — oferece uma boa oportunidade para recuperar a confiança e o espetáculo.

O adepto portista, com razão, pode olhar o copo meio cheio: a equipa lidera, pontua e reage. Mas o alerta está aceso — o Dragão precisa reencontrar o fogo que o tornou temível nas primeiras semanas de Farioli.

By Paulo

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