O Benfica viveu uma noite de emoções extremas na Madeira, num jogo onde tudo parecia perdido até ao momento em que Prestianni decidiu rasgar a lógica, a defesa adversária e o próprio destino da partida. Durante grande parte do encontro, os encarnados sentiram a pressão de um Nacional atrevido, organizado e completamente disposto a fazer história. Jesús Ramírez abriu o marcador e colocou a ilha em erupção, num golo que castigou um erro de Otamendi e deixou o Benfica à beira do abismo.

A equipa de Roger Schmidt mostrava dificuldades em ligar o jogo ofensivo, somando tentativas bloqueadas por Kaique, que parecia intransponível. A frustração aumentava, o relógio corria e o cenário tornava-se cada vez mais sombrio para os encarnados, que viam dois pontos a fugir e a crítica pronta para rebentar. No banco e nas bancadas, começou a instalar-se a sensação de que o Nacional iria repetir a façanha e travar o gigante da Luz.

Mas o futebol tem dessas coisas. Basta um lance, um talento e um instante de genialidade para virar uma história inteira. E foi exatamente isso que Prestianni fez aos 89 minutos. De forma quase cinematográfica, recebeu, encarou, puxou para dentro e soltou um remate que mais parecia uma assinatura. A bola entrou como um míssil, silenciosa e certeira, rasgando a Madeira ao meio e devolvendo ao Benfica a vida que lhe estava a escapar.

O empate devolveu energia aos encarnados, que cresceram nos minutos finais com fome de completar a reviravolta. E ela acabou mesmo por chegar já nos descontos, num lance de insistência e frieza que deixou a defesa madeirense sem reação. O Nacional, que tinha sido resiliente durante quase todo o jogo, acabou traído pelos detalhes e pela falta de pernas no fecho da partida.

O Benfica, que esteve praticamente morto durante largos minutos, encontrou em Prestianni o herói improvável e o motor de uma recuperação que mantém a equipa na luta pelos seus objetivos. Foi uma vitória sofrida, arrancada com unhas, talento e alma, daquelas que marcam campeonatos e que ficam na memória dos adeptos. No final, a Madeira tremeu, o líder sorriu e os benfiquistas celebraram uma das reviravoltas mais emocionantes da época.

By Paulo

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