O clássico no Estádio da Luz foi tudo menos aborrecido. O Benfica apresentou-se com uma postura pragmática, à imagem dos tempos de Giovanni Trapattoni, e conseguiu anular completamente o FC Porto, que saiu de Lisboa sem conseguir impor o seu habitual jogo ofensivo.
José Mourinho parece ter recuperado o espírito do “velho mestre italiano”. Com uma equipa sólida, compacta e disciplinada, os encarnados apostaram numa estratégia inteligente: defender com rigor, controlar os espaços e aproveitar os erros do adversário para lançar contra-ataques mortíferos.
O FC Porto, por sua vez, teve mais posse de bola, mas poucas ideias. A pressão alta do Benfica baralhou o meio-campo portista e obrigou Sérgio Conceição a mudar várias vezes o sistema tático. Nenhuma das tentativas resultou.
Rafa e Di María foram as setas apontadas à baliza adversária, sempre prontos a explorar a profundidade. A consistência defensiva de António Silva e Otamendi garantiu a tranquilidade que faltava noutros jogos.
No final, Mourinho sorriu. O Benfica não encantou, mas venceu — e mostrou que o futebol também se ganha com cabeça e organização. “Às vezes é preciso jogar à Trapattoni para ganhar campeonatos”, disse um adepto à saída da Luz.
O recado ficou dado: este Benfica está a aprender a sofrer e a vencer — e isso pode fazer toda a diferença no caminho para o título.