José Mourinho chegou ao Benfica com uma missão clara: estabilizar a equipa e devolver segurança defensiva, tanto na sua baliza como na do adversário. Os primeiros números mostram uma mudança radical em comparação com épocas anteriores. Com Mourinho, os encarnados têm sofrido menos golos e criado menos oportunidades, mas a eficácia e o controlo do jogo aumentaram significativamente.
Nas últimas cinco partidas da época, o Benfica registou uma média de apenas 1,40 xG ofensivos e 0,74 xG defensivos, uma redução notável face aos 2,29 xG ofensivos e 1,01 xG defensivos sob Bruno Lage. Ou seja, José Mourinho está a implementar uma estratégia de equilíbrio extremo: o ataque é mais calculado e a defesa está quase impenetrável. Esta abordagem contrasta fortemente com os estilos mais abertos das épocas de Roger Schmidt, quando cada jogo apresentava, em média, três golos entre marcados e sofridos.
O impacto desta mudança já é visível. A equipa marca menos, mas os golos sofridos diminuíram drasticamente, o que traz maior segurança e consistência em jogos importantes, especialmente contra adversários de topo. A baliza de Trubin, por exemplo, já registou noites de grande tranquilidade, com jogos em que as ameaças do adversário foram praticamente nulas.
No entanto, esta nova abordagem não passa despercebida aos adeptos. Muitos mostram-se surpreendidos e até chocados com a redução do número de golos e a postura mais conservadora em campo. A pressão sobre Mourinho aumenta, mas a lógica do treinador é clara: controlar os jogos, reduzir erros defensivos e garantir vitórias, mesmo que de forma menos espetacular.
Esta estratégia poderá ser decisiva na Liga e na Champions, onde cada detalhe faz diferença. O Benfica de Mourinho mostra-se agora mais sólido, calculista e difícil de bater, mas os fãs estão atentos, ansiosos por ver se a equipa manterá o equilíbrio entre defesa e ataque nas próximas jornadas.