O Neom Sports Club, recém-promovido ao principal escalão saudita, tem surpreendido não apenas pela qualidade dos reforços, mas também pelas medidas pouco convencionais para animar as suas bancadas. Segundo o diário francês L’Équipe, o clube paga a adeptos “falsos” para criarem atmosfera durante os jogos, especialmente num estádio que, na prática, não consegue encher-se de forma natural.
Durante o último jogo em casa, contra o Al-Okhdood (1-0), dos cerca de 1000 espectadores presentes, 300 eram contratados especificamente para apoiar a equipa. Estes adeptos recebem instruções detalhadas através de grupos de WhatsApp e recebem um pagamento de 50 riais sauditas por presença, o equivalente a 11 euros, sob a forma de voucher após o jogo.
O Neom SC também se destacou no mercado de transferências, contratando jogadores de renome, maioritariamente franceses, incluindo Alexandre Lacazette, Nathan Zézé, Marcin Bulka, Amadou Koné e o português Luís Maximiano, ex-Sporting. Durante o defeso, o clube chegou a tentar a contratação de Jota Silva, mas o negócio não se concretizou, abrindo caminho para que o jovem talento português seguisse outro destino milionário.
A equipa técnica, liderada pelo francês Christophe Galtier, é também fortemente portuguesa, com profissionais como Micael Moreira (fisioterapeuta), António Luís (coordenador técnico), Rodrigo Magalhães (coordenador da formação), Calico Almeida (treinador de desenvolvimento individual) e Eduardo Cachulo (coordenador de guarda-redes). Esta combinação de know-how europeu e medidas pouco convencionais visa consolidar a presença do Neom SC na elite do futebol saudita, mesmo num contexto de estádios quase vazios.
O clube revela assim uma estratégia curiosa: investir não apenas em jogadores, mas também em imagem e ambiente, criando uma experiência de apoio que pode influenciar o desempenho em campo, ao mesmo tempo que gera curiosidade e atenção internacional sobre o futebol na Arábia Saudita.