O FC Porto viveu, até maio de 2024, um dos períodos mais difíceis da sua história. Dívidas pesadas, salários em atraso, receitas de televisão já antecipadas e um passivo quase insustentável deixaram o clube azul e branco à beira do colapso. A entrada de André Villas-Boas para a presidência e do CFO José Pedro Pereira da Costa para a gestão financeira mudou radicalmente o rumo das contas.
Em apenas 15 meses, os dragões passaram do abismo para a bonança, num processo que muitos já classificam como um verdadeiro “milagre financeiro”.
A viragem começa em 2024
Logo no arranque do mandato, Villas-Boas estruturou um plano de emergência que incluiu cortes salariais, controlo apertado de custos e um programa de papel comercial de 12 milhões de euros. Além disso, o próprio presidente injetou meio milhão do seu bolso, demonstrando confiança no futuro do clube.
Campanhas de sócios, lugares anuais, bilhética e corporate hospitality ajudaram a gerar receitas rápidas e a aliviar a tesouraria.
Vendas estratégicas e menos custos
No mercado de transferências, o FC Porto conseguiu realizar vendas de peso, arrecadando 59 milhões fixos e 20 milhões em variáveis, além de reduzir drasticamente os custos com intermediação. A prioridade foi sempre estabilizar as contas sem comprometer o futuro desportivo.
Operações financeiras decisivas
Uma das movimentações mais importantes foi a venda de 30% da Porto Stadco à Ithaka, que rendeu até 100 milhões de euros, com cláusula de recompra incluída. Juntou-se ainda a operação “Dragon Notes”, de 115 milhões, com maturidade de 25 anos, permitindo ao FC Porto operar sem dificuldades de tesouraria.
Um início de 2025 brilhante
Entre janeiro e março de 2025, os dragões voltaram a surpreender o mercado: 111 milhões de euros em vendas contra apenas 13 milhões em compras. Destaque para Nico González, vendido pela cláusula de rescisão, mostrando que o clube já não estava obrigado a “despachar” ativos por necessidade.
Com estas operações, o FC Porto regularizou dívidas pesadas, como os 52 milhões de euros à Apollo, a 11% de juros, e ainda refinanciou emissões obrigacionistas, garantindo maior fôlego para os próximos anos.
Dragão volta a respirar
Hoje, o FC Porto cumpre integralmente as exigências do fair-play financeiro da UEFA e volta a ter margem para investir forte no plantel, sem comprometer o futuro. Villas-Boas e a sua equipa, com o papel essencial do CFO José Pedro Pereira da Costa, provaram que a recuperação era possível.
O que parecia impossível em 2024, é agora realidade: o FC Porto renasceu financeiramente e está preparado para enfrentar novos desafios dentro e fora das quatro linhas.