O Benfica está a atravessar um momento preocupante no arranque da temporada 2025/26. Em apenas 55 dias, os encarnados já disputaram 12 jogos oficiais, uma média de um a cada 4,6 dias, ritmo que tem deixado marcas profundas no plano físico e também mental.
Depois da presença no Mundial de Clubes, da conquista da Supertaça Cândido de Oliveira e do difícil apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões, a equipa de José Mourinho começa a dar sinais claros de desgaste. Prova disso são os golos sofridos nos minutos finais, que já custaram pontos importantes frente a Santa Clara (1-1) e Rio Ave (1-1), além da derrota caseira contra o Qarabag (2-3), também decidida perto do apito final.
Apesar da experiência e qualidade, Mourinho não tem “varinha mágica” para resolver um problema que vai além da tática. Vários titulares estão abaixo do nível esperado: Dahl, Barrenechea, Ríos e Aursnes apresentam dificuldades físicas, enquanto Sudakov joga longe da intensidade que o caracterizou no Shakhtar. Apenas Dedic e Ivanovic parecem manter alguma frescura, mas insuficiente para disfarçar o desgaste coletivo.
O calendário explica parte da quebra: o Benfica foi a única equipa europeia presente nos oitavos do Mundial de Clubes que teve ainda de disputar o play-off de acesso à Champions. Enquanto clubes como Chelsea, PSG, Bayern ou Real Madrid somam apenas sete jogos nesta fase, os encarnados já têm mais 450 minutos nas pernas.
Mourinho enfrenta assim um duplo desafio: recuperar fisicamente os seus jogadores e manter a equipa competitiva em todas as frentes. Mais do que apenas treinar, o técnico terá de gerir com precisão o esforço, rodar a equipa e encontrar soluções rápidas num plantel que, afinal, pode não ser tão profundo quanto parecia.
O próximo ciclo de jogos promete ser decisivo para perceber se o Benfica vai resistir à sobrecarga ou se o cansaço vai continuar a ditar perdas de pontos cruciais logo no início da época.