O Benfica entrou finalmente em modo de trabalho total e as mudanças já se fazem sentir no Seixal e na Luz. Com Rui Pedro Braz fora e a trabalhar na Arábia Saudita, José Mourinho e Mário Branco assumiram definitivamente o comando das decisões estruturais do clube. As eleições terminaram, a poeira assentou e agora não há mais desculpas: o Benfica está de volta ao foco absoluto no futebol profissional, com dossiers urgentes em cima da mesa.
Mário Branco, braço-direito de Mourinho e homem de confiança dentro da estrutura, é agora o responsável por assumir todos os processos que estavam parados à espera do fim do ciclo eleitoral. O dirigente, que já esteve no centro das atenções após os protestos no jogo com o Casa Pia, tem pela frente semanas decisivas que podem redefinir o rumo da época encarnada. Mourinho, apesar de repetir que “não pede reforços”, já admitiu que o plantel tem lacunas claras, conhecidas pelos adeptos e pela própria estrutura. E internamente todos sabem que a palavra do treinador hoje pesa — e pesa muito.
O Benfica tem já identificados um ou dois reforços capazes de elevar o nível competitivo da equipa. Extremos são prioridade máxima, mas avançado e lateral-esquerdo não ficam atrás. A SAD está a trabalhar em silêncio, mas em velocidade máxima, e os alvos já estão em movimento. Depois de uma primeira metade da época instável, Mourinho quer soluções rápidas e prontas para entrar no onze.
No meio das entradas, há também urgências nas renovações. António Silva é o processo mais sensível de todos. O central continua com contrato até 2027, mas vive um momento de incerteza: quer sair há muito, viu Juventus e Newcastle abrirem portas, mas ficou — e hoje luta para recuperar espaço na equipa. Rui Costa garantiu que a proposta já está em cima da mesa e que o tema está “salvaguardado”, mas os números terão de ser fortes para convencer o jogador a prolongar o vínculo.
Outro caso é Samuel Soares, que está perto de renovar até 2030. A decisão está próxima e o guarda-redes, de 23 anos, deverá continuar a ser aposta para o futuro do clube.
E depois surge o problema inesperado: Jurásek. O lateral, que o Benfica contratou por 14 milhões, está encostado no Besiktas após a troca de treinador e o clube turco prepara-se para desistir do jogador. A SAD não pode ignorar a situação — o Benfica não quer, nem pode, perder um investimento tão pesado. A gestão deste dossiê será delicada e pode obrigar a uma operação de mercado rápida para evitar uma desvalorização séria.
Com Mourinho a comandar, Mário Branco a executar e Rui Costa a acompanhar de perto, o Benfica entra agora numa fase decisiva. Janeiro ainda parece longe, mas na Luz trabalha-se como se fosse amanhã. E para os adeptos, a sensação é clara: finalmente, o Benfica está a mexer — e desta vez com mão firme no leme.