José Mourinho estreou-se com o pé direito no comando do Benfica, ao vencer por 3-0 na deslocação à Vila das Aves. O triunfo devolveu confiança às águias e entusiasmo aos adeptos, mas deixou claro que a missão do treinador português vai muito além de ganhar o primeiro jogo.
Apesar da vitória tranquila no marcador, o Benfica apresentou ainda algumas fragilidades que Mourinho terá de corrigir. O sistema com dois avançados funcionou em parte, mas mostrou-se como herança da era Bruno Lage, e não ainda fruto de um novo plano de jogo do “Special One”. O golo de Sudakov foi um momento de inspiração individual, mais do que uma jogada coletiva bem trabalhada.
Outro desafio evidente é a falta de extremos de raiz. No banco, Mourinho só contou com Schjelderup e Prestianni, jovens ainda em busca da afirmação plena. A chegada de Lukebakio poderá dar mais soluções, mas até lá o técnico terá de gerir bem os recursos ofensivos.
Também a formação entra no radar do treinador. Mourinho vai precisar de confiar em jovens como João Veloso, Henrique Araújo e Tomás Araújo, que ainda não têm experiência consolidada no futebol sénior. Até ao mercado de janeiro, essa será uma realidade incontornável.
O Benfica precisava urgentemente de uma vitória, e Mourinho deu-a logo na estreia. No entanto, como o próprio admitiu, “foi bom, mas nada de extraordinário”. Os próximos jogos dirão até que ponto o novo líder conseguirá transformar este plantel talentoso, mas desequilibrado, numa equipa dominadora e consistente.