Chancel Mbemba voltou a fazer tremer França ao revelar, de forma aberta e emocionada, um dos períodos mais negros da sua carreira. O ex-FC Porto, hoje figura de destaque no Lille, quebrou finalmente o silêncio sobre o ano traumático que viveu no Marselha — um ano que descreve como “tortura psicológica”.
As declarações surgiram no Canal Football Club, onde Mbemba não escondeu a dor acumulada desde 2024/25, época em que foi afastado do plantel sem motivos claros e retratado pela imprensa francesa como um “peso morto”. Um rótulo que o central considera injusto, cruel e que marcou profundamente o seu percurso.
Segundo o próprio, tudo começou quando recusou uma transferência forçada pelo clube. A partir desse momento, afirma ter sido colocado à margem, sem explicações e com pressão constante para sair. A situação agravou-se ao ponto de Mbemba avançar com uma ação judicial contra o Marselha e o presidente Pablo Longoria, alegando assédio moral e tentativas de manipulação no mercado.
Apesar da dor evidente nas declarações — com o congolês a repetir várias vezes “Sofri muito… Sofri muito” — o respeito pelo Marselha e pelos seus adeptos não desapareceu. Mbemba fez questão de sublinhar que sempre deu tudo pelo clube e que, até hoje, não compreende a verdadeira razão do seu afastamento.
A resposta da Ligue 1 acabaria por lhe dar razão: o Marselha foi obrigado a indemnizá-lo, reconhecendo irregularidades no processo. Uma vitória moral que trouxe justiça, mas não apagou o sofrimento vivido.
Agora, no Lille, Mbemba recuperou o sorriso, a forma e a confiança. É titular, soma boas exibições e voltou a ser peça-chave na seleção congolesa, onde já garantiu um lugar no play-off intercontinental rumo ao Mundial de 2026.
Para os portistas, que sempre admiraram a entrega e o profissionalismo de Mbemba, estas revelações deixam um sabor agridoce: a tristeza por perceber a dimensão do que o jogador passou… e o orgulho por saber que o “monstro” que brilhou no Dragão continua de pé, mais forte do que nunca.