A decisão caiu como uma bomba no universo benfiquista. Andreas Schjelderup, uma das maiores promessas do Benfica, foi condenado a 14 dias de prisão com pena suspensa, ficando ainda obrigado a cumprir um ano de liberdade condicional. A sentença foi lida esta quarta-feira, em Copenhaga, num processo que remonta a um incidente ocorrido quando o jovem ainda representava o Nordsjaelland, na Dinamarca.
O caso, que envolve a partilha ilegal de um vídeo com conteúdo sexual envolvendo menores, já estava a gerar expectativa e preocupação dentro e fora do clube, mas a confirmação da condenação trouxe um novo capítulo – mais pesado e mais sério – para a carreira do internacional norueguês.
O momento decisivo: Schjelderup assume culpa e reduz pena
Segundo foi revelado, Schjelderup declarou-se culpado, um passo que acabou por ser determinante na decisão do juiz. Este reconhecimento abreviou o julgamento e reduziu a pena em 10 a 20%, graças ao arrependimento demonstrado e à falta de antecedentes criminais.
Apesar disso, o juiz não deixou margem para interpretações suaves: chamou-lhe um “cartão amarelo” e deixou claro que o jovem atleta agora carrega um cadastro criminal manchado e uma advertência de deportação da Dinamarca — embora continue livre para atuar em Portugal.
Dentro da sala de audiências: o relato que marcou a decisão
A imprensa dinamarquesa divulgou a versão integral da explicação de Schjelderup. O jogador admitiu que recebeu o vídeo «como uma piada de mau gosto» no Snapchat e que o reencaminhou para um pequeno grupo de amigos, apercebendo-se imediatamente da gravidade do conteúdo.
Tentou apagar rapidamente o vídeo e a conversa, mas isso não foi suficiente para evitar a acusação. Durante o julgamento, Schjelderup afirmou que nunca tinha tido contacto com a polícia e que o episódio foi um choque absoluto para si.
A procuradora chegou a pedir 20 a 30 dias de prisão efetiva, citando jurisprudência de casos semelhantes. Mas acabou por aceitar uma pena suspensa por se tratar de um episódio isolado.
Trabalho comunitário recusado: logística trava alternativa
Uma curiosidade relevante: apesar de ter manifestado disponibilidade para cumprir trabalho comunitário na Dinamarca, os serviços prisionais consideraram o jogador “não apto”, devido à impossibilidade prática de viajar entre Portugal e Dinamarca com regularidade.
Sem essa alternativa, ficou então aplicado o regime de prisão suspensa, com um ano de condicional.
E agora, Benfica?
Do ponto de vista desportivo, Schjelderup pode continuar a jogar em Portugal sem qualquer restrição, mas a situação obrigará certamente o Benfica a gerir com cuidado:
- Impacto mediático e reputacional
- Pressão sobre o jogador num momento crucial da carreira
- Expectativa dos adeptos, que veem nesta promessa um futuro titular das águias
Apesar da turbulência, o norueguês sai desta fase com uma mensagem clara: o juiz deixou o aviso, a Federação e o Benfica estarão atentos, e o próprio jogador sabe que este episódio marcou a sua vida e carreira para sempre.