William Gomes pode ainda não ter conquistado um lugar fixo no onze inicial do FC Porto, mas dentro das quatro linhas atua como um verdadeiro titular. Com apenas 19 anos, o extremo brasileiro tem sido decisivo sempre que é chamado por Francesco Farioli: marca, assiste e muda jogos com uma maturidade surpreendente para a idade. Esta época, participa diretamente num golo a cada 69 minutos, um registo superior ao de muitos titulares indiscutíveis.
Apesar de viver na sombra de Pepê, William tem aproveitado cada oportunidade para mostrar que merece mais minutos. Em cinco dos oito jogos que disputou, deixou a sua marca com golos ou assistências — seja no campeonato, na Europa League ou nas Taças nacionais. Foi dele, por exemplo, o passe que desbloqueou o jogo frente ao Celoricense, quando o resultado ainda estava em aberto, ou o golo decisivo contra o Salzburgo na Europa League, já nos descontos, que garantiu três pontos preciosos.
Os adeptos portistas ainda têm bem presente o seu golo frente ao Sporting em Alvalade, na vitória por 2-1, uma demonstração de frieza num dos ambientes mais difíceis do futebol português. A sua influência é ainda mais impressionante quando analisada em comparação com os restantes jogadores da frente de ataque: apenas Samu tem melhores números, com uma ação decisiva a cada 64 minutos. Atrás de William surgem nomes como Gabri Veiga (110 minutos), Alberto Costa (116) e Pepê (128).
Na Europa League, o jovem extremo está a ganhar destaque continental — é o segundo melhor marcador da competição, com dois golos, apenas atrás de Anass Zaroury (Panathinaikos). Também é dos jogadores que mais remata à baliza, mostrando confiança e instinto finalizador.
Desde que chegou do São Paulo, em janeiro, William Gomes passou por um período de adaptação, cresceu com a experiência do Mundial de Clubes e explodiu no arranque desta temporada. O investimento de 9 milhões de euros feito pelo FC Porto já ninguém questiona. Hoje, William não é apenas promessa — é presente, é desequilíbrio, é talento pronto a explodir.
Se continuar neste ritmo, deixar Pepê no banco pode deixar de ser uma surpresa para se tornar numa inevitabilidade.